9 Julho 2025

Android 16 causa falhas nos Pixel e oferece oportunidade à Samsung para se destacar com foco na privacidade

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Atualização problemática no ecossistema Pixel

A mais recente versão do sistema operativo da Google, o Android 16, começou a ser distribuída no mês passado, com os smartphones Pixel a liderarem a lista dos primeiros dispositivos a recebê-la. No entanto, desde a sua chegada, a atualização tem gerado uma série de problemas, deixando milhares de utilizadores frustrados.

Relatos em fóruns da Google e no Reddit indicam falhas no ecrã de bloqueio, que por vezes não acende ou não responde ao toque nem ao botão de energia. Além disso, são apontadas anomalias como alterações inesperadas na luminosidade, falhas no sensor de impressões digitais, lentidão após o desbloqueio e até encerramentos repentinos de aplicações logo após aceder ao sistema.

Vários utilizadores tentaram mitigar os erros com reinícios forçados. Apesar de oferecerem algum alívio temporário, os problemas voltam a surgir ao fim de algumas horas. Embora ainda não se saiba com precisão qual a dimensão do problema, tudo aponta para uma falha de software que afeta o funcionamento básico dos dispositivos.

Google reconhece o problema, mas ainda sem solução

A Google confirmou, por meio de um especialista de produto, que está ciente das falhas, mas até ao momento não lançou nenhuma correção. A ausência de uma resposta clara e um calendário para a resolução agrava o descontentamento entre os utilizadores. É uma situação especialmente sensível, dado que o Android 16 deveria trazer melhorias visuais e de segurança, mas acaba por afetar funcionalidades fundamentais, comprometendo a experiência de utilização dos smartphones Pixel.

Enquanto os utilizadores aguardam por uma atualização corretiva, permanece a dúvida sobre a estabilidade da nova versão do sistema operativo. A Google ainda não respondeu oficialmente aos pedidos de esclarecimento feitos pela imprensa especializada.

Samsung aproveita a falha para reforçar a sua posição

Com a concorrência a enfrentar dificuldades, a Samsung encontrou o momento ideal para reposicionar a sua estratégia no universo da inteligência artificial (IA). Ao mesmo tempo que a Google é criticada por potenciais riscos de privacidade com as suas funcionalidades avançadas — como demonstrado pelo recente mal-entendido sobre o acesso do assistente Gemini a mensagens privadas —, a fabricante sul-coreana aposta numa abordagem mais centrada na segurança e no controlo do utilizador.

A Samsung anunciou esta semana uma nova arquitetura tecnológica para os seus dispositivos móveis, destinada a proteger a próxima geração de funcionalidades alimentadas por IA. O objetivo é oferecer uma experiência personalizada, mas sem comprometer os dados do utilizador — uma resposta direta às preocupações crescentes sobre o tratamento de informação pessoal nos sistemas da Google.

IA híbrida com enfoque na segurança

Inspirando-se em parte na abordagem da Apple, a Samsung está a reforçar o seu modelo híbrido de inteligência artificial, que combina o processamento local com o poder da nuvem. Esta nova filosofia pretende assegurar que as funcionalidades avançadas não se traduzem numa ameaça à privacidade.

A promessa da Samsung é clara: tornar-se referência em segurança digital num momento em que a tecnologia baseada em IA começa a dominar os smartphones. Com esta estratégia, a marca procura diferenciar-se num mercado onde as atualizações frequentes nem sempre resultam em melhorias — como tem demonstrado o caso do Android 16 nos dispositivos Pixel.

Conclusão: um momento de transição no universo Android

A crise técnica enfrentada pela Google com o Android 16 contrasta com a tentativa da Samsung de reforçar a confiança dos consumidores através de uma abordagem mais cautelosa e centrada no utilizador. Se, por um lado, a atualização do sistema operativo promete inovações, por outro, expõe fragilidades na implementação e abre espaço para que concorrentes com estratégias mais equilibradas, como a Samsung, se destaquem.